27/08/2008

Brilho e devoção

Soneto da devoção























Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.










Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.


Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.



Essa mulher é um mundo! uma cadela
Talvez... mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Vinicios de Moraes